ESCOLA PAROQUIAL DE SÃO PEDRO DO TIMBÓ - SC (1917)
ESCOLA PAROQUIAL DE SÃO PEDRO DO TIMBÓ - SC (1917)
Figura - Primeira Igreja e Escola da localidade de São Pedro do Timbó, Município de Porto União, Estado de Santa Catarina (foto de 1919).
LOCALIDADE: Município de Porto União (SC) – Comunidade Rural de São Pedro do Timbó.
ANO DE CRIAÇÃO: aproximadamente no ano de 1917.
ETNIA: alemã.
Funcionou no mesmo espaço arquitetônico reservado à Igreja católica, por isso a denominação de Escola Paroquial (organizada pela Igreja Católica de Porto União – SC).
Curiosidades:
Os primeiros imigrantes estabeleceram-se em terrenos ofertados pela colonizadora H-Hacker. A imigração proporcionou para a colônia um crescimento significativo. Construíram a escola e a Igreja, o moinho e a serraria.
Com o início da Segunda Guerra Mundial proibiu-se a língua alemã no Brasil. Segundo Zipperer (2016) as pessoas de nacionalidade alemã foram proibidas de assumirem qualquer cargo público, devido a isso o professor que lecionava, na época, perdeu seu emprego transferindo a vaga para outro. Sobre a opressão depositada aos alemães e seus descendentes, Schreiner (2002) assim se refere: “a partir de 1942, quando o Brasil declarou guerra contra a Alemanha, nós Alemães passamos a sofrer toda a espécie de maus tratos. A Língua alemã foi proibida sob a ameaça de duras penas de prisão. Éramos obrigados a levar o passaporte onde quer que fossemos”. (SCHREINER, 2002, p. 148).
Segundo Reisdoerfer (2016) os educandos deveriam memorizar todos os hinos para a Hora Cívica que se realizava na escola. As irmãs franciscanas lecionaram na instituição entre os anos de 1947 a 1968. No início, os alunos posicionavam-se em fila, dirigiam-se para o interior da Igreja, após todas as orações encaminhavam-se até a escola e lá participavam da Hora Cívica, com o canto dos hinos, seguida da inspeção de higiene, para depois adentrarem a sala de aula. “As irmãs dedicavam-se ao ensino e a catequese [...]. As capelas das comunidades onde havia escolas de freiras tinham a vantagem de receber a visita do sacerdote com mais frequência [...]. Por muitos anos ficamos livres do problema da falta de professores”. (SCHREINER, 2002, p. 167).
QUADRO 1 - Escolas construídas na Comunidade São Pedro do Timbó,
entre os anos de 1917 a 2016.
ANO | ESTRUTURA | PROFESSORES | DIRETORIA (membros da comunidade) | ||
1ª Escola | 1917 a 1925 | Escola Paroquial (Igreja/ Escola) | Leopoldo Werle, Mathias Fritzen, Adolfo Gudlbrod | Pedro Reisdoerfer e Felippe Mendges | |
2ª Escola | 1925 a 1947 | Escola “Teuto Brasileira” | Mathias Delay | Pedro Reisdoerfer Mathias Delay Otto Schültz | |
3ª Escola | 1947 a 1968 | Escola Mista Municipal | Irmãs Franciscanas | Carlos Zipperer Arlindo Reisdoerfer Prof.ª Nadia Struck Otto Schültz | |
4ª Escola | 1975 a 2000 | Escola Estadual São Pedro do Timbó | Maria Kaminski, Valéria Veloso, Helena Schwirk e Maria Leonida Reisdoerfer | ||
5ª Escola | 2000 a 2016- | Núcleo Educacional São Pedro do Timbó | Adriane Sander Grossl, Márcia Brixner, Águeda Krebs Heimann, Zilda Farber, Karina Souza, Lindalva Monteiro e Flávio Zavaski | Diretora: Josiane Grossl Froelich |
REFERÊNCIA:
REISDOERFER, Basílio. Coletânea de Anotações. Arquivo Pessoal. s/d. (Documento não publicado).
REISDOERFER. Entrevista concedida a Fabiana Kozielski. Gravação em áudio. 2016. (Documento não publicado).
SCHREINER, José. Memórias de um Velho Imigrante. Porto União; Santa Catarina: Metrópole, 2002
KOZIELSKI, Fabiana; klein, roseli b. Uma Escola Alemã no interior de Santa Catarina: Escola Paroquial de São Pedro do Timbó (1917). In: KLEIN, Roseli B. (Org.). Instituições Escolares Étnicas no sul do Paraná e norte de Santa Catarina, uma história da própria educação: coletânea comentada. União da Vitória; Paraná: Kaygangue, 2021. p. 209-227.
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